segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Cadê a água?

Agora sim, um verdadeiro sinal do apocalipse. Chegamos ao ápice de nossas capacidades de desperdício e desvalorização. Um bem essencial, tão abundante quanto à própria vida e considerado quase infinito, começa a tornar-se uma miragem aos nossos olhos. A água, inevitavelmente imprescindível à existência de todos os seres vivos, nos remete a um pesadelo com a simples ideia de sua escassez.


Nosso planeta, repleto de belezas naturais, mesclado em fauna e flora, e composto inicialmente por mais de 80% de água, espalhados em rios, lagos, riachos, cachoeiras, mares e oceanos, é arrebatado por essa metamorfose crescente e preocupante.

Agora, sendo a água tão abundante, como de repente chegamos a esse ponto? Quem são os responsáveis? Para isso temos que levar em consideração não somente o fator água, mas também outros que ao longo do tempo contribuem para que os recursos em geral se tornem cada vez mais finitos.

A cada dia que passa a população mundial engrandece. Já somos mais de sete bilhões de consumidores, isso contando apenas seres humanos. Uma verdade inconveniente, pouco discutida e repelida pelos que são a favor da vida e da antiga filosofia do “ide e procriai-vos.”

Será que já nos demos conta do tanto de recursos, como água, por exemplo, utilizamos diariamente? Não falo apenas dos dois a três litros diários que devemos beber, conforme recomendações de especialistas, em prol de nossa saúde. Temos que considerar também a descarga do banheiro, a água usada em roupas lavadas, em pratos limpos, banhos tomados e por ai vai. Será que a usamos com inteligência evitando desperdícios?


Mas tudo bem, sabemos que a natureza em sua sabedoria é renovável. Quase que por mágica. Aprendemos nas aulas de ciências no ensino básico que o calor abundante do sol, reflete nas águas de rios e mares. O vapor gerado sobe, transforma-se em nuvens no céu que traz a chuva, composta, como bem sabemos de água.

Porém este processo já não se apresenta mais tão eficiente. As ações humanas como destruição da camada de ozônio e aquecimento global prejudicam o equilíbrio do ecossistema. E sem a matéria-prima principal, como será dada seqüência a esta ordem?


A cada dia somos mais e o que nos é necessário se torna menos. Tocamos em um ponto absolutamente vulnerável. Nossas ações nos tornaram reféns no que diz respeito ao mínimo para nossa existência ou mesmo sobrevivência. Algo efetivo precisa ser feito urgentemente. Comecemos nos policiando em nossas ações diárias para evitar desperdícios. Chega de irresponsabilidade e de velhos hábitos.

Espero com esta postagem, despertar alguns leitores para este fato aterrador que influenciará diretamente nosso futuro. Cobre atitudes conscientes de seu próximo e sirva de exemplo.

Pode parecer exagero, mas sinto cheiro de guerra. De sabor desconhecido, indecifrável e que deixa a garganta seca. 


Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Eu prometo...

Está chegando à hora... Novamente... Outra vez... No próximo cinco de outubro, a representatividade pública de mais de 200 milhões de brasileiros pelos próximos quatro anos será definida, através de eleições diretas decididas em regime democrático. Momento de reflexão, avaliação e decisão.


Quando o Brasil voltou a ser uma democracia na metade dos anos 80, os brasileiros passaram a acreditar que uma revolução desejada e necessária aconteceria. Através de uma constituição que favorecesse e tratasse os brasileiros como iguais perante a lei, o futuro de uma nação próspera estaria assegurado.  

Mas nada como o tempo para curar feridas e abrir outras. Com o passar dos anos, o ímpeto em busca de um país melhor perdeu força. A chama inflamada pela conquista da liberdade e livramento sufocante do regime militar se apagou. Velhos problemas retornaram e novamente o Brasil deu passos para trás.

Nossos índices que avaliam as nações retrocederam. Temos uma das piores distribuições de riquezas do mundo. Demais estatísticas como IDH (índice de desenvolvimento humano), taxa de natalidade infantil, segurança pública, qualidade educacional, nos nivelam a países que sofrem com misérias, guerras e desastres naturais. 


Se temos este cenário desastroso, o que estão fazendo os representantes do povo? Onde estão os tratados como excelentíssimos e autoridades respeitáveis e intocáveis? Ser um representante público é trabalhar para atender os interesses da população, tão simples quanto isto. E por que cargas d’água isso não acontece?

As respostas a essas perguntas são simples, todos sabemos e em geral são antecedidas por risadas satirizadas. Isso ocorre porque já há algum tempo, ver e ouvir alguém falando com sinceridade sobre política soa falso. Nosso sistema político perdeu sua credibilidade e os brasileiros não mais acreditam em discursos falaciosos e falsas promessas.

E como sempre tem espaço para cenários piores, eleições agora viraram palanque de espetáculos circenses. Pseudos famosos e atuais fracassados tentam o carreirismo público através de palhaçadas e exuberância de imbecilidades. Utilizam o fato de serem conhecidos na mídia para angariarem votos. Suas plataformas são vazias. Seus projetos são vagos, embasadas em velhas “doenças” sofridas por nosso país.  


Para comprovar a falta de credibilidade citada, muitos brasileiros, a fim de demonstrarem sua insatisfação e descaso com algo tão sério, oferecem seus votos e conseqüentemente suas confianças, em pessoas que nitidamente não possuem o menor preparo, não farão a mais simples diferença e apenas utilizarão para satisfação própria, os benefícios provenientes de recursos públicos.

A política sofre com essa anomalia, devido a não ser mais vista como uma serventia ao sistema e interesse público, mas sim como negócio. Muitos querem tirar proveito. Muitos querem se beneficiar com salários altos, status e poder.

Reflitamos sobre esses detalhes. Não pensemos que essa desordem não terá conseqüências futuras. Se escolhemos quem nos representa, então nós somos os responsáveis, os que realmente decidem, os patrões. Desejar o poder, todos querem, mas poucos estão preparados para arcarem com suas responsabilidades.


A mentira está presente antes das eleições, durante uma paquera e depois de uma pescaria.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Sustentabilidade - sinônimo de equilíbrio

Sustentabilidade – palavra grande, de forte significado, polissilábica, expressão elegante. Muito se fala, nem tanto se entende. Tema abordado e discutido, não amplamente como se deveria, porém nunca sua importância foi tão discutida.

Mais bela e elaborada que a palavra, só seu significado. Em resumo, sustentabilidade refere-se ao uso consciente dos recursos naturais. A utilização inteligente dos bens finitos para que não se tornem escassos com o tempo.


De fato, o homem buscou sua evolução através da matéria prima oferecida pela natureza. Nela foram encontradas as ferramentas necessárias para criar os meios suficientes à sua existência. A pedra lascada amarrada em um pau cortou a madeira que virou uma casa. O fogo, a partir de sua descoberta, trouxe calor e proteção. A roda tornou o fardo da evolução, mais leve e mais ágil. Com tanto a oferecer, o homem desmedidamente utilizou os meios naturais para promover seu avanço e bem estar.

Porém estamos falando de um mundo antigo. Por aqui passaram incontáveis exploradores e consumidores. Por maior que o planeta seja e por mais subsídios que ofereça, não significa que será eterno. Um dia tudo acaba, todo ciclo tem um fim.

Se analisarmos a história, do século XX em diante, veremos guerras por poder, terras, riquezas e idealismos. Duas delas com abrangência mundial, caracterizadas por rostos e inimigos conhecidos. Porém se verificarmos o mesmo período com profundidade encontraremos um inimigo desconhecido, de aspecto brando, instigante e sedutor – o consumo.


Após a segunda Guerra Mundial, não só a corrida armamentista ganhou força, mas também o crescimento econômico, baseado na produção massiva de bens e serviços. O comunismo cedeu lugar ao consumismo. Produzir, vender e comprar se tornaram leis universais.

Propagandas em volume agressivo inundaram os meios de comunicação. Invadiram nossas casas, nossas famílias, nossas mentes. Usamos e compramos coisas supérfluas, descartáveis e de baixa durabilidade. Dedicamos tempo e atenção a objetos inanimados que quando se tornam obsoletos repomos com outros novos.


Com este cenário, a questão da sustentabilidade objetiva o uso equilibrado dos recursos naturais. A população mundial aumenta a cada segundo. Mais consumidores estão a caminho e a natureza possui menos a oferecer. Uma equação preocupante e muitas vezes ignorada.

O meio ambiente está cada vez mais vulnerável à ação humana. Nos deparamos freqüentemente com queimadas, devastações, gases que provocam efeito estufa e por ai vai. E o agravante da escassez atingiu nosso maior tesouro – a água. Sim, estamos atingindo a profecia apocalíptica da falta d’água. Inicialmente tão abundante, porém como qualquer outro recurso natural, um bem finito. 


Nossas ações mudam nosso mundo. Devemos nos policiar em uso dos subsídios naturais para que não nos falte. Uma torneira pingando resultará em uma perda irreparável. Afetará a fauna, afetará a flora, afetará pessoas. Façamos nossa parte. Zelemos pelo que é nosso. A natureza é nossa maior riqueza.

Dizem que nosso planeta é composto de tanto líquido natural que deveria se chamar Planeta Água. Diante dos últimos fatos, fica mais característico o nome Terra. Espero não estar mais presente caso combine mais, o nome Planeta Deserto.  


Pensar em sustentabilidade é pensar na família, no próximo e em você mesmo.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Até quando?

Violenta, sangrenta, repleta de corpos dilacerados, moribundos, cadáveres. Parece até cena de arena romana onde gladiadores se matavam em nome do entretenimento publico, mas não. Essa descrição refere-se às ruas, as casas, as escolas, os hospitais, as igrejas, do local conhecido como a Faixa de Gaza.


Localizado em território palestino, entre Israel e Egito percorrendo o Mar Mediterrâneo, a Faixa de Gaza possui um histórico sangrento de batalhas. A principal desavença contém caráter religioso. Do lado oriental, muçulmanos adoradores de Alá e seguidores do Alcorão. Do outro lado, judeus e cristãos, seguidores de um mesmo Deus, apesar da diferença de costumes e tradições. 

A discórdia leva ao apelo dos instintos primitivos ocasionando uma guerra sem fim. É fato que os seres humanos não nascem maus. Essa “doença” é implantada em suas mentes caracterizando suas condutas. Em ambos os lados é comum incitar desde recém nascido à doutrina de odiar o rival que habita o outro flanco.


Os discursos invadem todos os cantos. Pessoas entendidas do assunto, pessoas que pensam que são entendidas do assunto. Gente que sente pena, porém ignora, gente que se sente aliviada por tudo se passar tão longe. Para agregar a distorção dos fatos, conceitos equivocados e sentenças clichês criadoras de estereótipos.

Muçulmanos insanos e terroristas, assassinos inescrupulosos que se fazem de mártir para eliminar o maior número de inimigos possíveis em troca de uma eternidade repleta de prazeres carnais, livres de sofrimentos. Judeus conservadores, muquiranas, com seu alto poder de combate ocidental. Recursos que vão do Krav Magá (técnica de combate israelense) a mísseis com tecnologia de ponta. Um brinde aos aliados americanos por essa graça.


Quem ganha e quem perde com isso? De dentro do furacão, do cenário de guerra, ninguém. Todos saem derrotados. Perdem suas casas, seus parentes, suas famílias, seus direitos, suas dignidades, suas vidas.  Os vencedores, os que lucram com sangue e destruição em massa, sequer tomam conhecimento do terror que se passa no inferno, que algum dia, pessoas chamaram de lar. Fornecedores de armas, governos e alguns líderes de pelotão enchem os bolsos. Os lucros de guerra em troca de sofrimento e morte de inocentes.

Depois que a embriaguez causada pela Copa do Mundo de futebol, disputada no Brasil acabou, as atenções voltaram aos acontecimentos ao redor do globo. Essa nova fase de ataques entre os eternos rivais preencheram o vazio deixado pelo evento futebolístico. O número alarmante de mais de 700 mortes em menos de uma semana fez com que o mundo atentasse mais uma vez a essa insanidade.


Por mais pseudos motivos que se tenha, nada justifica. Guerra é guerra. De fato muitos idealismos e questões culturais precisam ser revistas. O extremo conservadorismo e ações bárbaras do lado árabe contra seu próprio povo necessitam ponderações. Porém dizimar a todos não é a solução. O denominador comum se atinge com conhecimento, diálogo e aprendizado mútuo.

A história nos ensinou que culturas divergentes aprenderam com a interação e acima de tudo – paciência, para aprender com o outro. O mundo hoje demanda tanto imediatismo que se torna escasso, o tempo necessário para assimilar e habituar-se a novas idéias.

Armas e mortes estão longe de ser a solução. Por mais utópica que seja o diálogo efetivo – que ultrapasse discursos vazios – é necessário para se dar um basta no que parece sem fim.


Já que o “mundo” pede paz, porque não darmos nossa contribuição? De que maneira? Com o mínimo que seja. Que tal apelos e petições em redes sociais? Ou divulgando e conversando sobre o assunto com conhecidos? Quem sabe escrevendo sobre a guerra? Fantasioso isso ser eficaz, não? Mas quem sabe? Se fizermos uma pequena diferença, salvar ao menos uma vida será alguma coisa.


A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Prefiro deixar-me assassinar a participar dessa ignomínia

terça-feira, 15 de julho de 2014

Danke Deutschland

Diferente dos demais, o dia 13 de julho de 2014 não foi comum como outro qualquer. A princípio, estava separado para ser um marco histórico no calendário nacional. Data escolhida para acontecer à final da copa do mundo de futebol, e dessa vez em terras brasileiras.

Nossa seleção, cogitada como uma das favoritas levou o que tinha de melhor. Dessa vez a expectativa era grande. Jogar em casa é um privilégio ao qual não tínhamos a mais de 60 anos. Conquistar o sexto título ao lado da torcida, seria um acontecimento memorável e o orgulho nacional predominaria.


Se analisarmos em termos futebolísticos, esta copa de 2014 será lembrada como uma das melhores de todos os tempos. Já na primeira fase tivemos grandes jogos, goleadas e surpresas. Favoritos caindo pelas beiradas, sendo coadjuvantes, e seleções tidas como menores e passíveis de figurações, avançando para fases posteriores.

Porém teve um pequeno problema – esqueceram de avisar os adversários que esta copa do mundo estava separada para a seleção canarinho. A mais desavisada foi à seleção alemã. O marco histórico aconteceu. Uma terça-feira nublada como um presságio do que estava por vir. O dia em que o mundo assistiu surpreso o maior vexame da história da seleção cinco vezes campeã do mundo. Com alguns agravantes: em uma semifinal de copa e diante de sua torcida.

Sonoros e agonizantes 7 a 1, onde vimos um show de técnica, disciplina tática e postura ofensiva do lado germânico, e apatia, desespero e escassez de opções, além de um futebol irreconhecível por parte da seleção brasileira. Um jogo que marcou a história de todas as copas. Lamentável que o maior vencedor tenha sido o antagonista do episódio.

Com a classificação mais que garantida, a Alemanha partiu para sua sétima final. Para variar, enfrentou seu maior rival em copas do mundo – a Argentina. Sexto confronto entre as seleções, o terceiro em uma final, e apesar do resultado mínimo, a Alemanha se tornou tetra campeã mundial de futebol, igualando-se a Itália.


Agora, qual o segredo dos alemães para tal sucesso? Como seu futebol progrediu tanto nos últimos anos? E quanto a seleção brasileira? De que maneira explicar o inexplicável? Porque de repente deixamos de ser protagonistas e nos tornamos coadjuvantes? Quem se interessa pelo assunto e busca repostas plausíveis, ao invés de teorias conspiratórias estúpidas, verá que a solução é óbvia e faz todo o sentido.

Resumidamente falando, depois de perder a copa do mundo de 2002 para o Brasil, a Alemanha resolveu se reinventar, se atualizar e dar boas vindas ao futebol moderno. Dentre as medidas adotadas constam investimentos na educação e formação de novos atletas, preparo adequado aos novos talentos, reformulação dos clubes de futebol do país, melhorias logísticas nos estádios e em todo o processo futebolístico nacional.


Quanto ao Brasil, nada de novo foi feito. Velhos e arcaicos métodos, administrados por velhos e etenos mesmos gestores, fez com que o futebol brasileiro parasse no tempo. O discurso que a camisa amarela joga por si e impõe sua pseudo superioridade a seus adversários, não convence mais. Talvez se somarmos estes tópicos e alguns não mencionados, chegaremos ao resultado de 7 a 1.  

A copa do mundo no Brasil será inesquecível. E por mais que discursos moralistas e políticos se tornem o “pai da criança”, o verdadeiro show ficou por parte de jogadores e torcedores, de todo o globo que tornaram nossa nação, um palco de grandes espetáculos.


E como novas tendências surgem de fórmulas que dão certos, torçamos para que o modelo de organização e gestão germânica predomine não só no futebol, mas também nos demais esportes em todos os cantos.

Danke Deutschland! Ou simplesmente: obrigado Alemanha.


Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A grande festa

A selva está em êxtase, finalmente é chegada a hora. Todos estão empolgados e se preparando com afinco. Os detalhes são minuciosamente analisados, os critérios cuidadosamente avaliados. O tempo de espera cessa e o entusiasmo toma conta de todos. A alegria envolve o ambiente, afinal a grande festa chegou.

A cada quatro primaveras toda a floresta abre mão de sua rotina e cede espaço para comemoração, ou popularmente conhecido por todos os animais como: a grande festa. Durante este período de aproximadamente um mês ocorre uma grande confraternização, que envolve músicas, alimentos, bebidas, competições, extravagância e excessos.


É um período de paz, onde as desavenças são esquecidas, as crises deixadas de lado e a harmonia impera entre os animais. Todos se reúnem em pequenos, médios ou grandes grupos e acompanham os eventos programados. Uma época em que o leão e a zebra compartilham fraternidade. Algumas rusgas acontecem, mas faz parte da rivalidade. Quando as atividades diárias terminam, todos sorriem e comemoram juntos, independente dos resultados.

Porém há um pequeno grupo que encontra-se preocupado com esta situação. A colônia de formigas ciente do que essas grandes festividades acarretam, não aprovam essa alienação de seus colegas florestais.


As comemorações resultam em árvores derrubadas, clareiras abertas, erosão do solo, queimadas da vegetação e poluição dos rios. Por mais tradicional que a festa seja, os animais não aprendem com o tempo, a comemorarem com inteligência e preservar seu habitat. E o que é pior: uma parcela dos piores predadores aproveita este período de “embriaguez” para explorar os recursos existentes. Difícil impedi-los e contrariá-los, afinal, estão no topo da cadeia alimentar.

Por mais que gritem e se exaltem as pequenas formigas não são ouvidas. Suas advertências são ignoradas e ainda são taxadas por alguns como “estraga prazeres”.  No alto de sua sabedoria, a grande rainha, acalma os corações contrariados de sua colônia. “Este é um período de festividade e comemorações. É inútil tentar persuadi-los e contrariá-los. Não há o que ser feito. Dêem tempo ao tempo”.

As pequenas formigas relutantes em assumir a derrota, são desmotivadas aos poucos. Seus clamores não são ouvidos, seus alertas ignorados. Este não é o momento de revolução. Perderam mais uma batalha. É hora de tirar seu time de campo.

Com a expressão abatida elas assumem o golpe. Não que sejam contra as festividades e diversão, isso é prazeroso e sadio a qualquer um. Apenas desejam que as comemorações sejam mais harmoniosas e serenas. Assim todos poderão aproveitar e ninguém sairá prejudicado.

Mas o resultado final será o esperado. Após o efeito sedativo provocado pela grande festa passar, todos arcarão com as conseqüências. O homo sapiens, mais uma vez triunfará divinamente, cada um correrá para seu canto como pode e os menores serão esmagados.

Paciência! Assim é a lei da selva. Sobrevive aquele que é mais forte.

Atenção: Essa é uma história de ficção. Qualquer semelhança com sua realidade, especificamente a atual de seu país, é mera coincidência.


A verdade é que ser diferente incomoda, quer ser aceito siga o padrão. Viva a Alienação.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

O maior espetáculo da Terra

Finalmente vai começar. A ansiedade será extirpada. Os corações estarão acelerados com tanta emoção. O maior espetáculo da Terra enfim se iniciará e o que é melhor - o futebol finalmente volta para casa. Depois de 64 anos, enfim teremos uma Copa do Mundo de futebol no Brasil.


Todo brasileiro nasce com a bola nos pés. São abençoados com habilidades futebolísticas. Alguns mais que os outros. Os que se destacam, são dotados de uma habilidade sobrenatural e sonham em um dia serem jogadores famosos, a fim de desfrutar riquezas, admiração, glamour e fortuna. Entretanto, todos sabem dar os seus chutes na bola. Cada um tem um boleiro dentro de si.


Sendo o país sede do evento, nossa seleção está automaticamente classificada para a competição, mantendo-se assim como o único participante em todas as 20 edições do torneio.

O tão esperado dia 12 de junho está ai, data da abertura oficial da competição. Um grande espetáculo aguarda todos que ao longo dos últimos anos anseiam a Copa do Mundo de futebol em terras brasileiras. O palco está pronto. A nova e moderna arena Corinthians, também conhecido como “Itaquerão” receberá o jogo de abertura.


O duelo inicial será entre Brasil e Croácia. Coincidentemente a mesma do primeiro jogo da Copa de 2006, quando a nossa seleção dispunha do que ficou conhecido como “quarteto fantástico”, composto de Ronaldo Fenômeno, Adriano Imperador, Kaká e Ronaldinho Gaúcho, o então melhor jogador de futebol do planeta. A seleção, então favorita a conquista do sexto título, venceu o jogo por 1 a 0, gol de Kaká. Não foi o show que todos esperavam, porém o suficiente para seguir em frente. Quem sabe dessa vez será melhor?


Muito se prometeu para esta Copa do Mundo, tanto em investimentos em infraestrutura quanto em pessoas. Em questões financeiras, o valor ultrapassa os bilhões de reais, com direito até a uma arena na região amazônica, onde bem sabemos a tradição no futebol é... Bem... Não tão grande assim.


Investimentos nos meios de transportes como, metrôs, trens, ônibus modernos, aeroportos reformados, mais espaçosos e confortáveis foram colocados em projeto, até um trem-bala entrou na jogada. Além de melhores salários e material humano para desempenhar um trabalho no chamado “Padrão Fifa”.


Muitos reclamam que o Brasil necessita de melhorias em diversos setores, como educação, saúde, habitação, saneamento básico e tantos outros. Mas quem sabe a Copa do Mundo não trará o benefício que todos esperamos? Vamos torcer que a sexta estrela traga com ela um legado de mudança e melhorias para nossa nação.


É Copa do Mundo minha gente. Vamos torcer e vibrar com nossa seleção. Nossos “heróis” estarão honrando nossas cores. O verde amarelo estará em campo, impulsionado por 200 milhões de corações apaixonados pelo futebol. Viva o Brasil! E que venha o Hexa.




...Somos realmente um povo bom de bola. Sabemos tudo sobre futebol... Mas cá entre nós; vamos ser ruins de voto, assim, lá no inferno!